quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Empresária investe em padaria apostando no crescimento do consumo.

Da Agência Sebrae de Notícias

Inclusão de 40 milhões de consumidores das classes C, D e E no mercado gera boa perspectiva para novos negócios.

As ruas e avenidas de Fortaleza estão lotadas de automóveis e motocicletas. O trânsito fica tão engarrafado em determinados horários que até se parece com o da capital paulista. Isso está acontecendo porque o brasileiro está podendo pagar o preço do veículo e a gasolina, além das despesas básicas. É também sinal de que o crédito está fácil. O dinheiro está circulando e o trânsito é uma espécie de termômetro da saúde da economia nacional.


Essas observações são de Marylene Oliveira da Silva, bancária aposentada e empresária estreante no setor de panificação e confeitaria no Ceará. Segundo ele, podiam se referir a qualquer capital brasileira, pois todas vivem a mesma situação. Não dá para chamar exatamente de problema uma consequência do crescimento da economia e da melhoria da qualidade de vida da população brasileira, diz a empresária.

Antes de investir no setor de panificação, ela procurou o Sindpan (Sindicato da Indústria da Panificação e Confeitaria do Ceará) e começou a participar de palestras e cursos ministrados pelo Sebrae em Fortaleza. “Conhecimento é tudo”, resume Marylene. “Trabalhei muitos anos como gerente de banco e sei que, quando um negócio começa certo, é muito mais provável que os resultados sejam alcançados”. Tornou-se associada do Sindpan e começou a procurar um estabelecimento à venda num bom ponto.

Ela conta que não tinha dúvidas quanto ao potencial do setor da panificação e confeitaria e do desejo de trabalhar com alimentação. “Depois dos cursos e palestras, tudo ficou claro”, diz Marylene. O bom momento da vida brasileira e a sorte de ter encontrado um estabelecimento estruturado e praticamente pronto para ser reaberto foram garantias a mais”, acrescenta.

Adquiriu uma padaria bem-montada por um estrangeiro que desistiu do negócio devido a problemas de saúde, no município de Eusébio, na região metropolitana de Fortaleza. O negócio vai se chamar Empório do Trigo & Vida e será inaugurado dentro de um mês.

Demanda local
“Antes de comprar, pesquisei e vi que tem muita gente pedindo uma boa padaria em Eusébio. O ponto é muito bom e de fácil acesso. Há muitas indústrias na cidade, que não para de crescer. Operários e executivos não têm onde comer”, justifica Marylene. Eusébio fica a 25 minutos de carro do bairro de Aldeota, muito conhecido na capital cearense.

Muito animada ela diz que foi importante conhecer os dados sobre a alta de consumo no País, nos últimos anos. “Hoje, a média de consumo está maior. O salário mínimo, mesmo defasado, está melhor e todas as classes compram mais”, comenta.

As instalações e a área administrativa do Empório Trigo & Vida estão prontas e com equipe montada. Mas a de produção, ainda não. “Está demorando mais, porque está difícil achar padeiro e confeiteira qualificados”, explica Marylene.

“Pretendo oferecer café da manhã, almoço e sopa no final da tarde, além de pães, biscoitos, bolos, etc. Cearense adora sopa no final da tarde”, informa. Ela está de olho na demanda local, que clama também por refeições fora do lar. O investimento na padaria foi de R$ 100 mil, revela Marylene.

“Minha estratégia será fazer melhor e diferente. Vou primar pelo atendimento, além da qualidade dos produtos. Clientes de todas as classes sociais gostam de ser mimados”. O Empório Trigo & Vida vai atrair desde pessoas da classe A até a E, planeja.

Marylene diz que vai criar atrativos para todos os perfis da clientela. “Vou caprichar no visual da loja de forma que ninguém tenha vergonha de entrar nela”, enfatiza a nova empresária, levando em consideração os novos consumidores das classes C, D e E. “Até 2012, quero estar com três padarias”, conclui, apostando e torcendo pela continuidade do bom momento vivido pelo País.

fonte: www.revistapegn.globo.com