Segundo a Junta Comercial do Ceará, 2.675 novas unidades foram abertas na Capital cearense
Nos últimos cinco anos o número de restaurantes e similares, em Fortaleza, com registro ativo na Junta Comercial (Jucec) cresceu 122,4%, passando de um acervo de 1.601 para 3.561 estabelecimentos. De janeiro de 2005 a agosto de 2010 foram constituídas 2.675 empresas do segmento na Capital cearense e apenas 371 chegaram a ser extintas.
De acordo com Marcelo Reis, orientador da Célula de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) da Jucec, não dá para estimar quantos dos 3.561 estabelecimentos registrados na Junta Comercial estão de fato em atividade. "Às vezes ocorre de a empresa fechar e os responsáveis não darem baixa na Junta, permanecendo por anos no acervo com registro ativo", observa.
Turismo colabora
Mas o presidente da Abrasel/CE (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Augusto Mesquita, confirma o crescimento e atribui o aumento do número de estabelecimentos ao incremento turístico local. "O que está acontecendo é que o setor de turismo está se aquecendo. Exemplo disso é o Centro de Feiras e Eventos, que ficará pronto em 2011, e o Acquario - dois equipamentos que são um incentivo à abertura de mais restaurantes. O certo é que está realmente havendo um crescimento no número de bares e restaurantes na Capital. E a tendência é crescer mais até a Copa de 2014", avalia.
Profissionalização cresce
Para Mesquita, o crescimento não é somente quantitativo, mas principalmente qualitativo devido a profissionalização cada vez maior do setor. "Espaço há para todos. Mas um requisito fundamental para competir num mercado em que o consumidor está cada vez mais exigente é se profissionalizar constantemente. Equipamentos antigos, sem reforma, desatualizados e sem investimento não conseguem sobreviver", afirma.
Segundo ele, ter um chef de cozinha, uma equipe treinada para oferecer o melhor atendimento, espaço confortável com atualização e investimento constantes são alguns dos pontos fundamentais para ter competitividade perante a concorrência e que deixaram de ser exclusividade dos grandes. "Quem abre um restaurante e não tem dinheiro para investir e manter o negócio, logo fecha", frisa o presidente da Abrasel.
PARA O SETOR
Linha especial de crédito deve dar mais impulso
Além do avanço do turismo em Fortaleza, a oferta de linhas de crédito específicas para o setor devem dar mais impulso na atividade. "A Abrasel firmou convênio com o Banco do Brasil que dispõe de R$ 200 milhões para capital de giro a partir de recursos oriundos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Todos os associados tem R$ 200 mil liberados por CNPJ, com prazo de pagamento em até 24 meses e juros em torno de 5,7% ao ano", conta o presidente da Abrasel-CE, Augusto Mesquita.
A linha de crédito especial FAT Giro Setorial - Bares e Restaurantes se destina a financiar capital de giro para micro e pequenas empresas do setor de restaurantes, estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas. Ela conta com R$ 200 milhões para aplicação em 2010 e foi liberada em atendimento a solicitação da Abrasel junto ao Ministério do Turismo (MTur). Os recursos estarão disponíveis para empréstimo até 31 de dezembro de 2010, quando termina o prazo de vigência. O FAT é um fundo especial, de natureza contábil-financeira, vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), destinado ao custeio do Programa do Seguro-Desemprego, do Abono Salarial e ao financiamento de Programas de Desenvolvimento Econômico.
ÂNGELA CAVALCANTE
REPÓRTER
fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=849781