quarta-feira, 19 de maio de 2010
Padarias do ES oferecem empregos para jovens que cumprem medidas socioeducativas
No mercado atual, conseguir um emprego não é tarefa simples. A situação fica ainda mais difícil quando se é jovem e, principalmente, quando se tem um histórico de conflito com a lei. Foi pensando em oferecer oportunidades para esses jovens que padarias capixabas abriram as portas para adolescentes que cumprem medidas socioeducativas. A iniciativa é resultado de um trabalho desenvolvido pelo Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Espírito Santo (Sindipães), que promove cursos de capacitação no setor, em parceria com a Associação Capixaba de Desenvolvimento e Inclusão Social (Acadis) - entidade que faz a gestão do Centro Socioeducativo de Atendimento ao Adolescente em Conflito com a Lei (CSE) do Instituto de Atendimento Sócio-Educativo do Espírito Santo (Iases). O processo todo, desde a ressocialização até a inserção no mercado, funciona da seguinte forma: antes de serem encaminhados para as padarias, os adolescentes passam por uma capacitação, com parte teórica e prática, totalizando 120 horas. Durante todo o curso, é desenvolvido também um trabalho de monitoramento com psicólogos e assistentes sociais para ajudar no bom desenvolvimento das relações sociais e profissionais dos jovens. Com quase um ano, a parceria já vem gerando resultados efetivos. Atualmente, aproximadamente 16 padarias aderiram ao projeto e cerca de 40 jovens que participaram da capacitação já estão trabalhando. Segundo a responsável pela Inclusão Social da Acadis, Tatiane Mello, a organização promove inúmeros cursos de áreas diversas, para atender a diferentes gostos e habilidades, mas cerca de 80% dos adolescentes que são inseridos no mercado fizeram a capacitação em panificação ou confeitaria. Todos saem ganhando. Além de atender ao objetivo principal da iniciativa, que é promover a ressocialização desses adolescentes, contribuindo para sua inclusão no mercado de trabalho, este trabalho, segundo destaca o presidente do Sindipães, Flávio Bertollo, é uma forma de suprir a relativa carência de mão de obra do mercado. "Além de repercutir diretamente na vida dos jovens, dando perspectiva de vida e resgantando a cidadania, é uma forma de o setor atender ao apelo da sociedade e dos órgãos governamentais por empresas socialmente responsáveis", destaca. O projeto também vem apresentando uma boa aceitação por parte dos panificadores. O gerente da Padaria Ebenezer, em Cobilândia (Vila Velha), Wilson José de Freitas, ressalta a gratificação de participar do projeto. "A experiência vale a pena. Trabalho com três jovens que cumpriram medidas socioeducativas, e a gente pode ver a gratificação deles em forma de empenho e dedicação com o trabalho, inclusive um deles foi promovido recentemente de ajudante para forneiro".